quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A fascinação pelo desconhecido


Até mesmo o tempo, com toda a sua relatividade e imaterialidade, é concreto demais para expressar o que sinto... O tempo é capaz de medir, determinar segundos e minutos com a infame exatidão que renego. Ainda assim, viva Einstein, que relativizou o mundo!
Hoje sou subjetiva, e o que sinto é, como o espectro, contínuo, difuso e colorido. Irradia, pulsante de vida, e faz querer sorrir, sorrir e amar. Hoje o infinito e o eterno me fascinam, e o escuro, o obscuro, que outrora andavam de mãos dadas com o receio, podem ser nada mais que convites ao viver, convites para experimentar o sabor do instigante desconhecido.
Sensações me remetem à alma, àquilo que de mais complexo-simples possa haver. O ser humano busca incessantemente por sensações, e elas, por sua vez, detêm o poder de alicerçar sentimentos. É curiosa a maneira como o viver e o sentir estão tão intimamente, tão intrinsecamente relacionados!
Ah... Como adoro reticências... Sob elas oculta-se aquilo que apenas a boa e velha imaginação é capaz de exprimir.
Às vezes, porém, a concretude das palavras me exaspera. De certo modo é frustrante perceber como elas podem tronar-se tão supérfluas, desnecessárias e superficiais em determinadas situações. Então o vento pode ser mais interessante, misterioso; indecifrável por natureza. Mais interessante é mesmo o brilho, o indefinido, o não-imediato, o sentir, o olhar.
Que se façam apologias ao amorfo, ao abstrato, ao essencialmente humano! Pois aquilo que apenas se pressente no ar pode ser bem mais instigante que aquilo que propriamente se vê. No âmago do viver, há pequenas ligações invisíveis que mantêm as pessoas unidas entre si, e são justamente essas discretas e fundamentais interações que sustentam o mundo inteiro...

sábado, 13 de março de 2010

A infinda beleza do viver


A vida, observada em seus pequenos momentos, é tão aleatória quanto as milhares de explosões estelares que ocorrem a cada segundo Universo afora.
Todo instante vivido revela uma infinidade de caminhos que podem ser tomados e estão à nossa disposição, completamente acessíveis. Por qual enveredaremos depende unicamente da atitude tomada, da palavra dita ou da escolha feita naquele mesmo efêmero e singular instante.
Dessa forma, a vida se apresenta como um gigantesco leque de possibilidades. E é justamente essa multiplicidade de “histórias” que podemos construir que a torna tão bela e diversificada, instigante e misteriosa por natureza.
Para entender tal fato com bastante clareza, basta observar, por exemplo, um jogo de futebol. Imagine a diferença decisiva que o deslocamento de alguns centímetros da bola para o lado errado faria para um time que fez o gol. Antes disso: pense que se o jogador que fez o gol tivesse andado mais um passo para a frente, talvez o placar não se alterasse. Mas quem sabe? Ninguém pode ter certeza do que iria acontecer. É essa incerteza constante acerca do futuro (próximo ou distante) que torna a vida inspiradora, sublime, plena e desafiadora. É isso que me torna ávida por viver. O talvez é nada menos que fundamental e intrínseco à própria existência.
Por isso de nada adianta ficarmos criando na cabeça um punhado de situações e diálogos possíveis, já que uma pequena frase ou ação, um simples instante, pode mudar o rumo de absolutamente tudo. As chances de aquilo acontecer como imaginamos são as mesmas de não acontecer: infinitas.
[Contudo, se alguém conseguir a façanha de acabar com tais criações mentais, frutos do próprio desejo de que algo aconteça, por favor, me avise; quero saber comofaz.] =)