quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A fascinação pelo desconhecido


Até mesmo o tempo, com toda a sua relatividade e imaterialidade, é concreto demais para expressar o que sinto... O tempo é capaz de medir, determinar segundos e minutos com a infame exatidão que renego. Ainda assim, viva Einstein, que relativizou o mundo!
Hoje sou subjetiva, e o que sinto é, como o espectro, contínuo, difuso e colorido. Irradia, pulsante de vida, e faz querer sorrir, sorrir e amar. Hoje o infinito e o eterno me fascinam, e o escuro, o obscuro, que outrora andavam de mãos dadas com o receio, podem ser nada mais que convites ao viver, convites para experimentar o sabor do instigante desconhecido.
Sensações me remetem à alma, àquilo que de mais complexo-simples possa haver. O ser humano busca incessantemente por sensações, e elas, por sua vez, detêm o poder de alicerçar sentimentos. É curiosa a maneira como o viver e o sentir estão tão intimamente, tão intrinsecamente relacionados!
Ah... Como adoro reticências... Sob elas oculta-se aquilo que apenas a boa e velha imaginação é capaz de exprimir.
Às vezes, porém, a concretude das palavras me exaspera. De certo modo é frustrante perceber como elas podem tronar-se tão supérfluas, desnecessárias e superficiais em determinadas situações. Então o vento pode ser mais interessante, misterioso; indecifrável por natureza. Mais interessante é mesmo o brilho, o indefinido, o não-imediato, o sentir, o olhar.
Que se façam apologias ao amorfo, ao abstrato, ao essencialmente humano! Pois aquilo que apenas se pressente no ar pode ser bem mais instigante que aquilo que propriamente se vê. No âmago do viver, há pequenas ligações invisíveis que mantêm as pessoas unidas entre si, e são justamente essas discretas e fundamentais interações que sustentam o mundo inteiro...

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